Benevides: categoria questiona atraso de salários e imposições do prefeito

Os (as) trabalhadores (as) em educação de Benevides, na Regional Metropolitana do Sintepp, paralisaram as atividades hoje (10) para denunciar a atitude deliberada do prefeito Ronie Silva (PMDB) de transferir a agência bancária utilizada pelo governo para pagamento dos salários sem que fosse feito um aviso prévio aos servidores ou que se estabelecesse um prazo adequado para evitar os transtornos de atraso nos pagamentos.

O ato marcado para manhã teve concentração em frente da Secretaria Municipal de Educação (Semed), tendo uma caminhada realizada por educadores e comunidade escolar pelas ruas do município, até a sede da Prefeitura.   

A Subsede informa que os educadores ficaram sabendo da decisão da prefeitura de troca de bancos via ofício circular encaminhado às escolas e demais departamentos municipais, datado do dia 15.10. Porém, o mesmo documento estabelecia o dia 24.10 como data limite para entrega dos novos contratos bancários nas secretarias, no caso da educação na Semed.

Benevides tem cerca de 5.000 servidores em seu quadro funcional. E as agências do novo banco apontado pelo prefeito não comportaram a demanda, logo os transtornos começaram. Os salários que comumente saiam até o dia 29 só foram pagos no dia 05.11, após denúncias dos servidores nas redes sociais. Visto que não existe uma periodicidade para realização de mesas de negociação entre Sintepp e gestão municipal.

Na manifestação desta segunda-feira, a categoria apresentou ainda outras pendências já encaminhadas ao governo e que compõem a pauta da campanha neste ano. Observe-as:

  1. Neste ano de 2014 o governo só realizou o alinhamento do PSPN (alegou não dispor de recursos para outros reajustes)
  2. Pedido de resposta ao corte do abono (no 1º semestre houve retirada do abono (R$ 200,00) que era destinado ao grupo do magistério. Após pressão do Sintepp e paralisação, o governo resolveu incorporar um novo abono, porém com valores que variam de R$ 80,00 a R$ 150,00)
  3. Melhorias no fornecimento e qualidade na alimentação escolar (o Sintepp acompanha denúncia de merenda inadequada para o consumo em uma das escolas da rede)
  4. Fim do assédio moral (No caso da denúncia de má qualidade na alimentação escolar, os educadores que detectaram o problema respondem a um processo administrativo, o que no ponto de vista do sindicato está errado, considerando que os mesmos só expuseram uma situação que estava ocorrendo no ambiente escolar. Em relação a mobilização para atividades sindicais, profissionais também repassaram ao Sintepp a informação de que alguns diretores de escolas da rede tentaram impedir a participação dos mesmos na paralisação de hoje, “alertando-os” do risco de possíveis demissões)

Vale lembrar que desde o inicio do ano o Conselho do Fundeb investiga a utilização dos recursos destinados para a educação pública de Benevides, considerando as suspeitas de inchaço na folha e de outras possíveis irregularidades.

O próprio governo argumenta que os recursos do fundo foram insuficientes para suprir as despesas, e para tentar minimizar sua inoperância justifica que, no caso da educação, os trabalhadores devem esperar mais verbas provindas do Custo-aluno e Pré sal.

Ocorre que a crise se instala em todo o funcionalismo da cidade. A população, que também participou do ato nesta manhã, denuncia irregularidades relacionadas a saúde e a segurança.

O Sintepp acompanhará amanhã (11) a sessão ordinária dos vereadores na Câmara Municipal, onde espera obter respostas as suas reivindicações. Assim como no ato desta manhã, as Coordenações Estadual e Regional seguem acompanhando a luta em Benevides.

Só conquista quem luta!   

 

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